Quando você ouve a palavra “fé” ao que você à associa imediatamente? Para mim, de imediato, vem religião (principalmente a cristã) ou uma tatuagem cafona. E acho que, quando não nos encaixamos em nenhum dos dois grupos anteriores, fica um pouco nublado entender ao que realmente devemos associa-la. E usa-la parece tão cafona quanto a tatuagem. Concorda?
Semana passada, depois de um ano e meio longe, voltei ao terreiro - antes que você ache que vamos falar de religião, adianto que não vamos, até porque eu não sigo nenhuma, embora me mantenha sempre aberta à todas - e tive uma conversa sensível e profunda com uma Vó (a entidade presente) em uma gira de Preto Velho. A primeira coisa que ela me disse quando segurou minhas mãos, antes mesmo de eu proferir qualquer palavra foi “você é uma pessoa de muita fé. você tem uma fé inabalável, você realmente acredita que as coisas acontecem na sua vida, e elas acontecem mesmo".
Agora veja bem, eu nunca me considerei uma pessoa de fé. Na verdade sempre preferi a frase “acredito muito na vida e nas leis do universo”. A palavra “fé” sempre me trouxe associações que não me agradavam muito, então eu troquei de nome. Mas me apeguei tanto à esse novo nome que me esqueci da essência da palavra.
Distante de qualquer religião, completamente focado nos estudos da mente, no livro O Poder do Subconsciente, Dr Joseph Murphy descreve a fé da seguinte maneira
“A fé é um pensamento na mente subconsciente. Significa aceitar alguma coisa como verdadeira. É a crença no desconhecido e no imaginário. Então se você tiver fé, tudo pode acontecer.”
Quando a Vó me disse que eu era uma pessoa de fé e aquele incomodo foi gerado, não durou muito tempo para eu ficar confortável e profundamente sensibilizada com a ideia quando lembrei dessa definição de Murphy. Acreditar na vida e ter fé é literalmente a mesma coisa. Independentemente desse sentimento ser conectado à alguma religião ou apenas à essência de um individuo. Mas e quando não nos consideramos pessoas de fé?
Eu penso o seguinte: se enquanto a nossa vida acontece, nós não nos permitimos sonhar acreditando que um dia algo pode se realizar, que pelo menos alguma coisa tem que ser possível para nós ou ao menos que um dia bom vem depois de um dia ruim, então não estamos experienciando e nem poderemos experienciar a vida por inteiro.
Se vivemos os nossos dias já tendo desistido das possibilidades da vida e de que nossos pensamentos ambiciosos jamais serão verdadeiros, então não temos nada. Não interessa o termo a ser utilizado, seja ele “ter fé”, “acreditar na vida”, “acreditar no universo”, “ter esperança”, “ser otimista” ou qualquer outro. Acho que importante é estarmos conectados com a essência da palavra e desse sentimento.
Não usar a palavra “fé” não quer dizer que eu não a tenha, porque eu não deixo de acreditar na vida. A Vó estava certa quando sentiu as profundezas da minha alma e soube logo de cara que eu acordo todos os dias acreditando no futuro. Acreditando piamente que tudo está disponível e que tudo é uma possibilidade, contanto que eu continue acreditando. No que quer que seja.
No livro Ikigai, Os Cinco Passos para Encontrar seu Propósito de Vida e Ser Mais Feiz, Ken Mogi descreve a essência do Ikigai como “um motivo para se levantar de manhã”. Acredito que ter um motivo para se levantar de manhã também é ter fé, ao menos de que o seu dia vai valer a pena, ou que suas ações naquele dia vão valer a pena no futuro.
Então por mais cafona que soe às vezes, dependendo de onde nos encaixamos no mundo, ter fé talvez seja uma parte importante do que nos mantém vivos como parte da vida.
Bom, pelo menos foi o que EU sempre senti e entendi até aqui. Mas assim como sei bem, nenhuma experiência é individual. E nisso eu também tenho fé.
Vamos às recomendações da semana?
Eu adoraria recomendar o primeiro livro que mencionei, O Poder do subconsciente, mas encontrei ele escondido num cantinho de um bazar beneficente e ele é tão antigo que as páginas ainda são de máquina de escrever. Acredita? Então aqui, vou recomendar sempre dar uma fuçadinha na seção de livros de brechós ou bazares, porque às vezes dá para encontrar umas jóias raras como essa.
Agora no que fica palpável, esse mês comecei a ler Ikigai, um livro que estava na minha lista há tempos porque há uns anos atrás dei uma estudada boa no assunto. O livro fala sobre propósito de vida (outro termo que pode parecer cafona) através da cultura e tradições japonesas (uma cultura que dispara minha curiosidade). Mesmo ainda estando na metade do livro, eu estou achando uma riqueza, porque me identifico MUITO com os pilares que ele explica sobre essa prática. Então fica a recomendação de antemão:
É isso, espero que alguma mensagem aqui ressoe com você aí! E fica a vontade para me contar qual a sua percepção sobre fé ou propósito de vida :)
Até semana que vem! Com amor, Lais.





Me arrepiei toda 🤍 Post necessário pra ler e reler toda vez que a desesperança bater…